O princípio da igualdade sob a perspectiva de gênero: um olhar sobre a infância e a adolescência
DOI:
https://doi.org/10.46901/revistadadpu.i23.p87-111Palavras-chave:
Princípio da igualdade, Gênero , Dignidade da pessoa humana, Infância , AdolescênciaResumo
O presente estudo, tendo como base os ordenamentos jurídicos brasileiro e português, bem como diplomas internacionais como Tratados, Convenções, Cartas e Protocolos, adotando um método qualitativo, possui como objetivo analisar as principais questões referentes ao direito à igualdade enquanto princípio na perspectiva de gênero e levando em conta a infância e a adolescência. Realiza-se levantamento bibliográfico e de dados sobre questões relacionadas à saúde e à educação, verificando-se como a não observância da igualdade impacta o livre desenvolvimento da personalidade, em flagrante violação à dignidade da pessoa humana. Examina-se a relação entre o abandono escolar e o sexo da criança e do adolescente, bem como questões relacionadas com crianças e adolescentes migrantes. Constata-se que é primordial que a educação sem discriminação comece na infância, no âmbito familiar e na pré-escola, para que o princípio da igualdade tenha efetividade, sem influência da religião e de ideologias. Por fim, verifica-se que a realidade fática é de desigualdade quer entre meninas e meninos, quer entre países desenvolvidos, em desenvolvimento e subdesenvolvidos, sendo inconteste que as meninas são as mais afetadas pela desigualdade de gênero, em virtude do tráfico de pessoas, do trabalho forçado, da exploração sexual e da maior responsabilidade pelos cuidados domésticos e familiares.
Referências
BARROSO, L. R. A dignidade da pessoa humana no direito constitucional contemporâneo: a construção de um conceito jurídico à luz da jurisprudência mundial. Tradução: Humberto Laport de Mello. 3. reimpressão. Belo Horizonte: Fórum, 2014.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. Operação Acolhida. Gov.br, c.2023. Disponível em: https://www.gov.br/mds/pt-br/acoes-e-programas/operacao-acolhida. Acesso em: 29 out. 2023.
COUTINHO, D. Igualdade de Gênero. Direitos reprodutivos e direitos da parturiente. Breves notas. In: MONTE, M. F.; ROCHA, J. F. da; PEREIRA, M. A. do V. (coord.). Estudos em Homenagem ao Professor Doutor Wladimir Brito. Coimbra: Almedina, 2020.
CUNHA, P. F. da. Iniciação à metodologia jurídica. 3. Ed. Coimbra: Almedina, 2014.
CUNHA, V. O lugar dos filhos: ideais, práticas e significados. Lisboa: ICS, 2007.
GIL, A. R. Estudos sobre o direito da imigração e do asilo. Forte da Casa, Portugal: Petrony, 2021.
LAMEGO, J. Elementos de metodologia jurídica. Coimbra: Almedina, 2016.
MIRANDA, J. Manual de Direito Constitucional. Tomo IV - Direitos Fundamentais. 4. ed. Coimbra: Editora Coimbra, 2008.
NEVES, A. Castanheira. O actual problema metodológico da interpretação jurídica. Coimbra: Coimbra Editora, 2003.
NOVAIS, J. R. Os princípios constitucionais estruturantes na República Portuguesa. 1. ed. Coimbra: Coimbra Editora, 2011.
NOVAIS, J. R. A dignidade da pessoa humana. Vol. I - Dignidade e direitos fundamentais. 2. ed. Reimpressão. Coimbra: Almedina, 2020.
ONU. Unicef ressalta impacto da questão do gênero sobre crianças migrantes e refugiadas. ONU News, 27 ago. 2021. Disponível em: https://news.un.org/pt/story/2021/08/1761112. Acesso em: 26 out. 2023.
ONU. Guia para acolhimento de migrantes, refugiadas e refugiados. Coordenação geral: ONU Mulheres. Brasília, jan. 2022. Disponível em: http://www.onumulheres.org.br/wp-content/uploads/2023/05/guia_para_acolhimento_de_migrantes_refugiadas_refugiados.pdf. Acesso em: 27 out. 2023.
ONU. ACNUR - Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados. Cartilha para Refugiados no Brasil. 2014. Disponível em: https://www.acnur.org/br/sites/br/files/2025-01/2014-cartilha-para-refugiados-no-brasil.pdf. Acesso em: 27 out. 2023.
ONU. ACNUR - Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados; IMDH - Instituto Migração e Direitos Humanos; MigraMundo; Ficas. Migrações, Refúgio e Apatridia. Guia para Comunicadores. 2019. Disponível em: https://www.acnur.org/br/media/migracoes-refugio-e-apatridia-guia-para-comunicadores.
ONU. ONU Mulheres. Caixa de ferramentas. Trabalhando com mulheres refugiadas e migrantes. 2021. Disponível em: http://www.onumulheres.org.br/wp-content/uploads/2021/06/tool-kit_pt_v10.pdf.
ONU. UNICEF. Dois milhões de crianças e adolescentes de 11 a 19 anos não estão frequentando a escola no Brasil, alerta UNICEF. 15 set. 2022. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/comunicados-de-imprensa/dois-milhoes-de-criancas-e-adolescentes-de-11-a-19-anos-nao-estao-frequentando-a-escola-no-brasil. Acesso em: 29 out. 2023.
OTERO, P. Instituições políticas e constitucionais. Vol. 1. Coimbra: Almedina, 2009.
PAIXÃO, M.; SILVA, A. C. da. Mutilação Genital Feminina. Manual de Orientação para as escolas. Associação de Intervenção Comunitária, Desenvolvimento Social e de Saúde, c.2023. Disponível em: https://www.cig.gov.pt/wp-content/uploads/2019/11/Mutila%C3%A7%C3%A3o-Genital-Feminina-Manual-de-Orienta%C3%A7%C3%A3o-para-as-Escolas-003.pdf. Acesso em: 26 out. 2023.
PORTUGAL. CIG - Comissão para a Cidadania e Igualdade de Gênero. III Programa de Ação para a prevenção e eliminação da Mutilação Genital Feminina 2014-2017. In: V PLANO Nacional para a Igualdade de Género, Cidadania e Não-discriminação 2014 -2017. Diário da República, 1.ª série – n. 253, 31 dez. 2013.
SÃO PAULO (Município). OIM - Organização Internacional para as Migrações. Somos Todas(os) Migrantes. Acesso a direitos para migrantes e Servidoras(es) Públicos. 2021. Disponível em: https://brazil.iom.int/sites/g/files/tmzbdl1496/files/inline-files/Guia_Imigrantes_PT_simples.pdf.
SARLET, I. W. Os direitos e deveres fundamentais na Constituição da República de Weimar. Consultor Jurídico, 16 ago. 2019. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2019-ago-16/direitos-fundamentais-direitos-deveres-fundamentais-constituicao-weimar/.
SARMENTO, D. Dignidade da pessoa humana: conteúdo, trajetórias e metodologia. Belo Horizonte: Fórum, 2016.
SENA, G. F. de; KOMURO, L. S. F. A tutela jurídica no trabalho infanto-juvenil à luz dos instrumentos nacionais e interacionais. In: PEREIRA, L. M. (org.). O Brasil e o direito internacional: temas contemporâneos. Birigui, São Paulo: Boreal, 2016.
TORRES, A. et al. Género na infância e juventude: educação, trabalho, família e condições de vida em Portugal e na Europa. Lisboa: Centro Interdisciplinar de Estudos de Gênero, 2018.

Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Revista da Defensoria Pública da União

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
A. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação;
B. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista;
C. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após a publicação;
D. Autores declaram que o artigo é inédito e de sua autoria;
E. Autores aceitam os prazos e regras editoriais da Revista da DPU.